segunda-feira, julho 21, 2008

Saude - Anabolizantes


ANABOLIZANTES

Www.opopular.com.br de 21.07.2008
Venda livre de produto veterinário

Deca Durabolin é comprado por 8 reais em farmácias da periferia. Droga é combinada com Winstrol e Equipoise, “moda” nas academias

Vinicius Jorge Sassine

Nas lojas de produtos veterinários em Goiânia, a vitamina ADE – usada em cavalos – é facilmente comprada sem receita médica veterinária. Custa de 5 reais (ampola de 10 mililitros) a 20 reais (200 mililitros). Nas farmácias de bairros mais periféricos, o Deca Durabolin pode ser comprado por 8 reais (ampola de 1 mililitro) sem receita médica. Esses anabolizantes ainda fazem sucesso junto a freqüentadores de academias, mas é do Paraguai que chegam as drogas mais potentes: Winstrol, de uso humano, e Equipoise, teoricamente de uso animal.

O Deca Durabolin é conciliado com o Durateston, num ciclo de “bomba” de quatro a seis semanas. O primeiro retém líquidos e confere uma sensação de inchaço. O segundo, por incluir quatro compostos de testosterona – o hormônio masculino –, provoca ganho de massa muscular. Já os medicamentos para animais têm uso localizado. Vem sendo uma tendência nas academias a adesão de mulheres (com aplicação nas pernas e nos glúteos) e de adolescentes (interessados em braços e peitoral mais fortes) à técnica.

De olho na redução dos efeitos colaterais, a maioria dos marombeiros prefere o Winstrol, um derivado da testosterona importado ilegalmente do Paraguai. A droga é rentável para quem atua no mercado negro: uma ampola de 1 mililitro é comprada por 3 reais no Paraguai e vendida por 17 reais, em média, em Goiânia.

Grupos
É comum nas academias a formação de grupos que dividem o medicamento e compartilham a aplicação. No caso do Equipoise, vendido em embalagens de 50 mililitros, o compartilhamento é ainda maior. Cinqüenta doses saem por 150 a 200 reais. “É um medicamento agressivo, para uso animal, e que acaba sendo muito usado porque há a mística de que o efeito vai ser mais rápido e eficaz”, afirma o professor de Educação Física e farmacêutico Anderson Miguel da Cruz, professor das Universidades Católica (UCG) e Estadual de Goiás (UEG). “Muitos usam por seis meses sem parar.”

Um professor de academia ouvido pelo POPULAR confirma o abuso de alunos com os anabolizantes, o que acaba beneficiando pessoas especializadas no contrabando. Alguns desses vendedores têm receitas médicas que asseguram a obtenção do medicamento nas farmácias. “Em bairros mais afastados é possível conseguir os anabolizantes sem receita”, diz, referindo-se a uma prática confirmada pelo POPULAR.

Também funciona um mercado paralelo de anabolizantes, com reservas nas farmácias. Com a garantia das receitas médicas, alguns medicamentos ficam liberados para a venda, a um preço maior do que o de mercado. “Há uma rede de vendas, em que os compradores não sabem a procedência do produto adquirido”, ressalta o professor.

Com os visíveis ganhos de massa muscular, muitos usuários extrapolam o ciclo de 1 mililitro por semana. O professor ouvido pela reportagem diz que alunos chegam a fazer de três a cinco aplicações por semana, num ciclo superior a seis semanas. Outros recorrem à “bomba” para cavalos para acelerar os ganhos.

“A venda de anabolizantes animais virou uma loucura”, afirma o médico veterinário Paulo César Eliam, conselheiro do Co nselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Ele diz que os responsáveis técnicos das lojas que oferecem os produtos sem cobrar receita médica devem ser punidos. A vitamina ADE só pode ser vendida com receita, mas é facilmente adquirida.



Falsos profissionais divulgam produtos
Mesmo com o posicionamento contrário de entidades representativas e com o consenso científico sobre os malefícios provocados pelas “bombas”, são os profissionais de educação física ou os falsos profissionais que estão nas academias os principais responsáveis pelas informações repassadas sobre produtos anabolizantes que chegam aos alunos.

No período de janeiro de 2007 a junho deste ano, o Conselho Regional de Educação Física (Cref) no Estado de Goiás recebeu denúncias de que 15 academias instaladas na região da Grande Goiânia comercializam anabolizantes.

A última denúncia chegou ao Conselho Regional de Educação Física na última sexta-feira. Uma academia em Trindade, conforme a informação que será apurada pelo Cref em Goiás, comercializa produtos anabólicos diretamente aos alunos matriculados, com o suporte do proprietário da academia, que também seria usuário de anabolizantes.

Panfleto
No panfleto de divulgação do estabelecimento, que foi recém-inaugurado, o proprietário faz questão de ressaltar ao público e clientes que não comercializa “bombas”.

“Ainda não houve casos de punição de profissionais, mas o conselho está fiscalizando até os banheiros das academias.

Professores que orientam os seus alunos podem sofrer uma advertência ou até mesmo ter o registro profissional cassado”,assinala o presidente do Cref em Goiás, Rubens dos Santos Silva. A impunidade dos profissionais do ramo não é o único estímulo à generalização do uso de anabolizantes.

Apreensão
A equipe do Departamento de Vigilância Sanitária de Goiânia não consegue apreender os produtos de uso ilegal, conforme reconhece o coordenador de Fiscalização do órgão, Irineu Batista Júnior.

“Esses produtos são todos clandestinos, contrabandeados. Como não há nenhum anabolizante autorizado pela Vigilância Sanitária, trata-se de um caso de polícia”, sustenta ele. Já os produtos destinados ao uso em animais devem ser fiscalizados pelo Ministério da Agricultura e pela Agrodefesa.

“Existem muitos medicamentos e todos eles são clandestinos, isso para os próprios animais”, ressalta o médico veterinário Paulo César Eliam, que é conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

Um comentário:

Matheus Dorneles disse...

Muito bom artigo (:

è a realidade :D Ngm ta puro é Ngm ta puro não se não foi deka foi testex se não foi durateston

Matheus Dorneles.