sexta-feira, março 25, 2011

FILMES de temática LGBT ( lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais )



Nesta sociedade patriarcal é muito comum o pai dizer ao filho aos quinze anos que ele está vivendo a melhor das idades e a mãe dizer que a filha está vivenciando as melhores coisas do mundo. A adolescência de meninos e meninas de classe média do Brasil e seus desafios diários na educação são os temas principais do filme as melhores coisas do mundo. O enredo fala da bissexualidade do Pai, que resolve divorciar e ter um casamento de fato com um jovem 20 anos mais novo .

Fala dos problemas de uma mãe professora divorciada que tenta ser ética num sistema de ensino onde as relações humanas Não valem mais um níquel sequer. Para quem tem TV paga o filme está sendo exibido este mês de abril de 2011 no telecine
Premium , dias : 4 (20:00), 8 (23:50),10 (20:00),28(22:00) e 30 (20:00) e no Telecine Pipoca dias: 3 (20:00), 6 (22:00), 7 (17:45),19 (23:45), 21 (13:55)

Mano (Francisco Miguez) é um adolescente de 15 anos. Ele está aprendendo a tocar guitarra com Marcelo (Paulo Vilhena), pois deseja chamar a atenção de uma garota. Seus pais, Camila (Denise Fraga) e Horácio (Zé Carlos Machado),
estão se separando, o que afeta tanto ele quanto seu irmão mais velho, Pedro (Fiuk). O motivo do divórcio é a relação homossexual entre o pai bissexual e o esposo jovem. Sua melhor amiga e confidente é Carol (Gabriela Rocha), que está apaixonada pelo professor Artur (Caio Blat). Em meio a estas situações, Mano precisa lidar com os colegas de escola em momentos de diversão e também sérios, típicos da adolescência nos dias atuais.

O filme é sobre as vivências de adolescentes, pais, educadores, ética de vida, ética profissional, homofobia, Bullying na escola , o uso da internet e celular como forma de ampliar a difamação e a falta de compreensão dos adolescentes sobre o limite entre o público , o privado e a privacidade das pessoas. É um cinema que nos mostra como estamos construindo uma
geração de pessoas preocupadas cada vez mais com seu próprio mundo, esquecendo de valores como solidariedade,coletividade, respeito ao sigilo e privacidade e ética humana. È um filme para ser visto por pais, educadores, gestores da educação, políticos, defensores dos direitos da criança e adolescente e das comunidades de lésbicas, gays, bissexuais,travestis e transexuais – LGBT

Laís Bodanzky a diretora foi fundo nas pesquisas. Rodou diversas escolas, entrevistou dezenas de alunos, quis conhecer sua visão de mundo. O que gostam, o que fazem, o que pensam. Em as melhores coisas do mundo um assunto
secundarizado pelo sincicatos, conselhos, ministério e secretarias da educação é elevado ao primeiro plano: O resultado da falta de educação sexual nas escolas e sua consequência na vida de milhões de adolescentes que frequentam os bancos de
escolas cada vez mais distante da realidade cotidiana. No momento em que o movimento LGBT tenta emplacar para alunos desta faixa etária do filme, um KIT anti-Homofobia nas escolas , contra os interesses conservadores dos dogmaticos religiosos
e contra a burocracia da gestão da educação no Brasil, nos Estados e nos Municípios, que insistem em não ser laica , o filme mostra o quanto estamos perdendo tempo com a falta de políticas públicas no Brasil.

Questões como a perda da virgindade, a venda ilegal de cigarros para menores, o estímulo ao uso abusivo do alcool, os preconceitos escolares, a vida em grupo, as dificuldades encontradas por professores e o limite dos seus afetos com os
alunos e alunas, a falta de bandeiras políticas no movimento estudantil, a necessidade de construção de ciclovias nas cidades, é um filme recheado de temas da atualidade. Trata-se da vida como ela é, dentro do universo adolescente.

As melhores coisas do mundo retrata uma uma situação pouco discutida: as consequencias da Homofobia para os filhos, mães, amigos e parentes heterossexuais. Muitas vezes somos levados a crer que a homofobia é uma desgraça que afeta apenas os gays, as lésbicas, bissexuais e as pessoas trans. O Filme mostra como filhos adolescentes lidam com a descoberta de um pai que resolve sair do armário depois dos 40 anos e assume publicamente sua relação com um esposo 20 anos mais jovem. A Homofobia e a falta de discussão sobre ela nas escolas é uma das vitrines do filme. Sem levantar bandeira alguma o filme apenas retrata um problema das relações humanas e amorosas que pode levar ao suicídio, a violência, a traumas e ao preconceito exarcebado.

Há também uma boa interpretação de Denise Fraga como a mãe do protagonista Mano. Trata-se da personagem mais densa da história, por ter ser uma professora que acredita na ética , que está divorciada de um ex- marido
assumidamente bisssexual , que lida com a solidão, a perda e o desprezo .O filme conta ainda com uma bela trilha sonora de "Something", dos Beatles.

As melhores coisas do mundo podem ser vivenciadas na adolescência depende do mundo que estamos querendo construir.

Léo Mendes – É Bacharel em Direito pela PUC-GO, Jornalismo pela UFG , Diretor da ABGLT, Coordenador da ArtGay e presidente da Aliança Goiana de LGBT. @agltgo ou www.lgbtt.blogspot.com

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