sábado, fevereiro 27, 2010

UNIVERSIDADE - Analise da Coluna do meio

*Acadêmicos de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na Faculdade de
Comunicação e Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás, orientados pelo
professor Luiz Signates.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA
A COLETIVIDADE GAY NA COLUNA DO MEIO
Fernando Carballido Dominguez Santos*
Igor Augusto Pereira*
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de investigar a existência ou não de representatividade no discurso elaborado pela Coluna do Meio, publicada semanalmente pelo jornal Diário da Manhã e assinada por Léo Mendes. Como instrumento de análise para a condução da pesquisa, toma-se como metodologia a análise do discurso. De início, o artigo busca as raízes do ativismo LGBT, desde a greve de Stonewall até os movimentos contemporâneos na luta contra o preconceito. Em seguida, apresenta os preceitos para a realização de uma análise do discurso, averiguando como pode ser tomada para a pesquisa. Então, estabelece subgêneros para análise das diferences nuances do público LGBT trabalhadas na Coluna do Meio. Por fim, revela alguns procedimentos para atrair camadas diferentes, assumindo que a publicação acaba fazendo reservas para que o público heterossexual seja atraído e fidelizado à leitura dela.
PALAVRAS-CHAVES:
Jornalismo, gay, gênero, ativismo, coletividade, LGBT, Coluna do Meio, Léo Mendes
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INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho visa distinguir os traços de construção ideológica presentes nos textos de Léo Mendes como jornalista responsável pela Coluna do Meio, publicada aos domingos no jornal Diário da Manhã, no DM Revista, editoria de cultura e comportamento. O conteúdo da coluna é LGBT (referente a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), dirigido a este público, amigos, familiares e a quem interessar o tema. A coluna versa sobre acontecimentos daquilo que o próprio Léo Mendes chama de “vivência LGBT”. O artigo busca questionar o conceito de coletividade gay abordado pelo colunista na publicação.
A reflexão sobre a existência de um espaço do gênero na imprensa goiana é importante por revelar os procedimentos adotados para se burlar uma estrutura de poder ainda oligárquica e preconceituosa. Para o desenvolvimento desse trabalho, o primeiro passo foi determinar a amostragem da coluna a ser estudada. Definidos os quatro domingos de setembro de 2009, entre os dias 6 e 27, realizou-se entrevista presencial com o jornalista Léo Mendes, abordando-se questões de sua vida pessoal e profissional, dilemas, militância, representatividade gay e sobre a Coluna do Meio, origem, relação com o público, demanda, pontos de conflito.
Passando por bases teóricas já consolidadas, o trabalho passa a confrontar entrevista e coluna, identificando elementos em um que comprove o outro e vice-versa. Aqui, procura-se verificar como o poder e as práticas advindas desse poder podem reconstruir sentidos e, fazendo-o, atuar na mudança de paradigmas. O objetivo é refletir sobre os sentidos que se fazem presentes quando se fala do homossexual e para o homossexual em um jornal goianiense de grande circulação, mais especificadamente em uma coluna que se destina à reflexão sobre homossexualidade e à construção de um cidadão homossexual de direito. A partir dessa construção, é necessário averiguar até que ponto se dá a representatividade da coletividade gay no discurso de Léo Mendes.
Constituir novos modos de existência pode se dar até mesmo dentro de uma perspectiva absolutamente banal (uma paixão, um ritual, uma brisa, um filme, uma crise econômica), desde que esse acaso crie uma necessidade, isto é, uma produção em si. (FRANÇA, 2005, p.30).
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A coluna ocupa, atualmente, um terço da quinta página da edição dominical do DM Revista, contabilizando uma média de oito notas por edição. Não por acaso, fica “no meio” da página, geralmente entre dois artigos de opinião. Em seu início, o espaço destinado à publicação era suficiente para 40 notas. Foi então que o colunista, por não ser contratado pelo veículo e, necessariamente, ter outras ocupações, decidiu reduzir a quantidade de notas.
Em negociação, fui cada vez mais reduzindo, qualificando as notas e reduzindo elas, porque não dá pra você escrever uma coluna com 14, 15 notas, por mais semanal que ela seja, mesmo porque perde o efeito. (...) Muito difícil. A agenda LGBT não é tão grande assim. Então, eu tenho um universo muito pequeno de informação e prefiro trabalhar ela de forma qualitativa do que de quantitativa. (Apêndice I)
O termo gay, presente nas diversas combinações de conceitos da classe (movimento gay, orgulho gay, comunidade gay, direitos gays, vida gay, vivência gay, causa gay, parada gay, libertação gay, etc.), contém mais significados do que simplesmente a referência ao homossexual, tendo em vista que o termo agrega subgêneros tidos como heterossexuais. Primeiramente, a classe gay é dividida em dois gêneros (masculino e feminino), que agregam, respectivamente, homossexuais homens (também chamados gays, por excelência), bissexuais homens e transexuais mulheres; homossexuais mulheres (também chamadas lésbicas), bissexuais mulheres, travestis, transexuais homens e drag queens. Tem-se que os transexuais, a partir do momento que mudam de sexo, respondem por esse novo gênero. Isso significa que homens submetidos à cirurgia de mudança de sexo são mulheres e podem ou não ser mulheres homossexuais.
1. 1. O discurso
A análise do discurso busca compreender a língua por meio da interpretação de sentidos, com base no falante e na situação em que a fala é produzida. Essa metodologia averigua constantemente a relação entre língua e ideologia. Aqui, um discurso nunca é desinteressado, ainda que os interesses que professe não sejam perversos ou
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maniqueístas. Ao analisarmos um discurso, é imprescindível considerar sua contextualização histórica, já que o discurso não se resume ao texto.
A análise do discurso procura o não-dito, não como um exercício psicanalítico, em que procuramos descobrir o inconsciente, mas com a pretensão de encontrar o secreto, a relação com os simbolismos possíveis, em cada mensagem. Para FOUCAULT (1970), o discurso está controlado, selecionado e redistribuído por um certo número de procedimentos que têm por função conjurar os poderes e perigos, dominarem o acontecimento aleatório e esquivar-se de sua pesada e temível materialidade.
O filósofo francês elenca, ainda, os procedimentos que permitem controlar o discurso: 1) Procedimentos de Exclusão, que englobam três grandes sistemas de exclusão - a palavra proibida, a separação da loucura e a verdade; 2) a Oposição Razão e Loucura, ou seja, o fato de não ser possível falar tudo em qualquer circunstância; 3) Verdadeiro e Falso, trata-se do procedimento que decide a justiça e atribui a cada um sua parte, em síntese – qualquer um não pode falar de qualquer coisa.
Diante da complexidade que envolve os processos sociais contemporâneos, a discussão sobre a articulação do discurso aparece como fundamental, sobretudo ao decantarmos os níveis e instituições existentes em cada fala. O discurso moralista-totalitário, por exemplo, busca regular os costumes cotidianos, tendenciando o olhar para um viés pouco fundamentado. Dessa forma, “purificar” a ciência a partir da análise do discurso é, sobretudo, transcender concepções falseáveis e chegar a um patamar menor falível.
A homossexualidade, bem como todas as questões relacionadas a qualquer orientação sexual, formou um discurso próprio, conceituado à revelia das contextualizações religiosas e históricas (TORRES, 2006). Aqui, encontramos informações que passam pela moral cristã, ora ignorando, ora confrontando seus ensinamentos e referências. Uma das maiores críticas a esse discurso religioso é sua pretensão universalista a partir do particular.
O universal é um significante vazio que não possui sentido a priori, dependendo de formações discursivas para se constituir. A moral sexual se coloca como um universal a partir da incorporação de elementos no discurso da Igreja Católica. O processo de hegemonização se dá quando um determinado elemento do discurso, através do processo de articulação, constitui um significado num
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determinado discurso - com isso, temos a constituição de uma hegemonia específica, como expomos na discussão metodológica. (TORRES, 2006, p.144)
Dessa forma, soa adequada a abordagem da pesquisa através da análise do discurso. Ao buscar uma expressão cada vez mais científica da Coluna do Meio, procura-se compreendê-la não apenas como instrumento de lazer e entretenimento dirigido, mas como dimensão simbólica da constante luta pela visibilidade, essa feita a partir de instrumentos específicos do jornalismo cultural. BARRETO (2006) leva em conta que, apesar das críticas ao modelo de imprensa implantado no Brasil, “nem na América do Norte nem na Europa existem suplementos diários de cultura com reportagens, resenhas críticas, colunas assinadas e o serviço (tijolinhos-notas com o roteiro de cinemas, teatros, casas de shows, endereços, horários)”. Nos demais países, o jornalismo cultural é desenvolvido em cadernos semanais ou em revistas especializadas.
1. 2. Ativismo
Segmento historicamente discriminado, os LGBTs têm adotado medidas específicas no combate ao preconceito de gênero, chamado de homofobia. Um dos marcos do movimento gay é o conflito ocorrido em junho de 1969 no bar Stonewall Inn, em Nova York. Alegando falta de licença para a venda de bebidas alcoólicas no local, policiais prenderam todos os travestis ali presentes. Os demais homossexuais que frequentavam o bar naquela noite, contrariando a rotina de espancamentos e desrespeitos, contestaram as forças policiais e montaram resistência em frente ao bar, bloqueando o acesso com carros. Desde então, todos os anos, nesse dia é comemorado o dia do Orgulho Gay.
Antes disso, em 1917, o Império Russo, que apresentava forte resistência de grupos feministas e homossexuais, sob o regime bolchevista, aboliu todas as leis que fossem contra a homossexualidade, declarando estado de liberdade sexual e inexistência de qualquer tipo de interferência do Estado sobre o assunto. Na verdade, os protestos da comunidade foram abafados e as práticas afetivas entre pessoas do mesmo sexo foram consideradas contra-revolucionárias durante o stalinismo.
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O acontecimento de 1969 tem fundamental importância na luta pelos direitos LGBT ao se analisar que o mundo, após a discriminação e os assassinatos da 2ª Guerra Mundial, período do triângulo cor-de-rosa, vivia sob um reinado conservador, no qual a vida gay era marginalizada e mal vista. A partir de então, o segmento criou grupos e ONGs para lutar a favor do próprio bem estar, entendendo que, somente ao se unirem, poderiam batalhar pela causa. No ano seguinte, 1970, foi realizada a primeira Parada Gay de Nova York, sendo acompanhada, nos anos que se seguiram, por outros estados e cidades como São Francisco na Califórnia. Em 2006, segundo dados da Polícia Militar, pelo menos 2,5 milhões de pessoas estiveram presentes na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
A libertação gay no Brasil se iniciou em meados da década de 70 quando o jornal O Lampião concretizava, segundo PEDRO (2006) em referência a Luiz Mott, “o sonho do terceiro sexo1”. Em 1978, surgia o grupo paulistano Somos, resultado do surgimento do Movimento Homossexual Brasileiro. O Grupo Gay da Bahia, do qual Luiz Mott era membro, tem importância decisiva na busca pela visibilidade, assim como a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), criada para “promover a cidadania e defender os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero2”.
Antes considerada doença, a homossexualidade foi retirada desse rol no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 1985. O exemplo foi seguido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1989. O preconceito, seguindo uma ordem natural, diminui com o tempo. Novas gerações nascem e convivem em conformidade com a homossexualidade, aceitando-a. Mesmo assim, não se pode ignorar o fato de que os homossexuais são uma das minorias mais discriminadas da sociedade.
Em maio de 2003, a Revista Veja publicou uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) com 2.000 pessoas de diferentes áreas do país e das mais diversas classes sociais que divulgava: 36% dos entrevistados
1 O autor faz referência ao romance “O Terceiro Sexo”, de Odilon Azevedo, publicado no Brasil em 1930, no qual lésbicas operárias fundam uma associação destinada a substituir os homens no controle do poder, o que representa, pela primeira vez no Brasil, segundo Luiz Mott, um discurso lésbico-feminista ultra-radical.
2 Missão da ABGLT, em http://www.abglt.org.br/port/missao.php
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deixariam de contratar um homossexual para um cargo em sua empresa, mesmo que ele fosse o mais qualificado; 45% dos entrevistados trocariam de médico se descobrissem que ele é gay; 61% dos entrevistados acreditam que os homossexuais são responsáveis pela disseminação da AIDS pelo mundo; 79% dos entrevistados ficariam tristes se tivessem um filho homossexual (PEDRO, 2006). Apesar de os dados, datados de 16 anos atrás, e, como o próprio autor conclui, poderem estar defasados, é inegável que estes números continuam refletindo boa parte da população mundial.
2. 1. Consolidação da visibilidade LGBT
A busca pela visibilidade de segmentos minoritários é um dos fatores que marcaram a história da imprensa brasileira. Esse fenômeno também pode ser reconhecido na mídia goiana, historicamente recente se comparada à dos centros econômicos do país. Um dos mais conhecidos periódicos da região, o Cinco de Março, tem a memória presente nas páginas do jornal que publica a Coluna do Meio. Criado em 1959, o nome do jornal faz referência à data em que um grupo de estudantes foi violentamente repreendido por policiais quando protestava contra o aumento nas tarifas do transporte coletivo.
A mesma atitude de reação pode ser vista na gênese da coluna em questão. A iniciativa de criar a Coluna do Meio surgiu depois que o próprio Diário da Manhã publicou uma matéria a respeito do assassinato de um travesti, na região central de Goiânia (vide anexo III). A vítima teria sido alvejada por um policial civil e, segundo Léo, a matéria do DM, escrita pelo jornalista Márcio Leijoto, “colocava a travesti como culpada”. Após nota de repúdio da Associação Goiana de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGLT) (vide anexo IV), o jornal ofereceu espaço para que Léo, na época presidente da entidade, escrevesse um artigo semanal.
Pela possibilidade de uma comunicação mais ágil e menos cansativa, Léo optou pela coluna. MELO (1994) remonta o conceito de coluna enquanto
(...) um mosaico, estruturado por unidades curtíssimas de informação e opinião, caracterizando-se pela agilidade e pela abrangência. Na verdade, a coluna
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cumpre hoje uma função que foi peculiar ao jornalismo impresso antes do aparecimento do rádio e da televisão: o furo. Procura trazer fatos, idéias e julgamentos em primeira mão, antecipando-se à sua apropriação pelas outras seções dos jornais, quando não funciona como fonte de informação. (MELO, 1994, p. 136)
A definição é pertinente. Em contrapartida, tal modelo de comunicabilidade, caso não seja combinada com uma postura editorial emancipadora no que diz respeito ao conteúdo LGBT, pode fomentar aquilo que ADORNO (1971) chama de Indústria Cultural. Tal conceito é caracterizado por produções que sigam procedimentos de produção em série, em se tratando de uma estrutura capitalista. Dessa forma, a expressão libertária da busca pela visibilidade do segmento se esgotaria, já que o teórico entende que o receptor tem, nesse processo, papel passivo e alienado. Apesar da concepção sobre recepção passiva ser controversa, os pensamentos do teórico sobre massificação da cultura são interessantes para essa perspectiva.
2. 2. Coluna de Todos
Apesar de não adotar massivamente o tom de protesto político, há de se considerar que a Coluna do Meio possui o status de manifesto. Ao passear por entre uma vertente noticiosa e outra de entretenimento, tratando os temas relacionados à homossexualidade como recorrentes, a Coluna do Meio demonstra a possibilidade de se viver em um mundo com espaços diversificados, sem totalitarismo cultural. O nome da publicação é uma referência e homenagem à primeira coluna gay de que se tem conhecimento em um jornal brasileiro. Trata-se da
(...) Coluna do Meio, publicada diariamente no jornal Última Hora, de São Paulo. Produzida pelo jornalista Celso Curi, a coluna tinha cunho informativo, social e burlesco. Curi brincava com personagens de criação própria, além de contar piadas e noticiar acontecimentos sociais. Nesse espaço, publicava também o Correio Elegante, dirigido aos gays, com cartas e opiniões gerais. A Coluna do Meio durou até o final de 1977, quando a direção do jornal extinguiu o espaço por pressão de grupos econômicos, leitores e processos judiciários. (SANTOS e VELOSO, 2009)
A prática de inserir colunas assinadas e dirigidas em jornais é fruto das revistas de variedades (GADINI, 2007). Apesar de ter nascido de acordo com uma tendência para o lazer e o entretenimento, essa modalidade têm ganhado adeptos em editorias consideradas
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mais especializadas, como Economia e Política, revelando a possibilidade de se realizar uma enunciação discursiva mais representativa e clara. Nesse sentido, é fundamental encarar a publicação da Coluna do Meio como um avanço, seja no combate à discriminação, seja na busca pela expressão pelo público LGBT.
É pertinente dizer, ainda, que a inserção de uma coluna desse tipo em um jornal convencional aponta para um resultado diferente daquele que seria alcançado caso o veículo se dedicasse exclusivamente ao conteúdo LGBT. Entende-se que a possibilidade de novos leitores a cada edição é maior, visto que as pessoas que leem jornal impresso apresentam perfis distintos.
Alguns aspectos relacionados ao conteúdo da Coluna do Meio devem ser destacados. A sexualidade ou o entretenimento presentes nas imagens publicadas no espaço são predominantemente masculinas. Consideramos, conforme a definição de gênero apresentada, que um travesti deve ser classificado como um indivíduo feminino, portanto, é como tal que o definimos na contagem. Das 13 analisadas, descartando as duas imagens em que aparecem casais heterossexuais na Parada Gay de Goiânia (13 de setembro de 2009) (vide anexo II), oito são exclusivamente masculinas. Dessas, pelo menos cinco representam conteúdo sexual, ao mostrarem a homoafetividade a partir dos corpos seminus de modelos ou participantes de eventos dirigidos a esse público. Porém, sabe-se que essas escolhas não são feitas devido a qualquer tipo de preconceito ou machismo. Assim como analisado a seguir no que diz respeito à frequência das palavras ligadas aos gêneros e subgêneros, a escolha do termo gay como referência generalista a homossexuais é uma reflexão da própria língua portuguesa e condiz com uma mentalidade que simplesmente não rompeu com esse paradigma.
2. 2. 1. Gay
Nas quatro edições analisadas da Coluna do Meio, a palavra gay aparece 22 vezes. Dessas, (A) 3 se referem à classe gay, como em “No final do mês de setembro será criado o setorial de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – LGBT da CNTE”;
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(B) em 10 vezes, o termo substitui o conceito de homossexualidade, como em “Os deputados uruguaios aprovaram na última quinta-feira projeto de lei que permite a adoção por casais gays” e “... é de um alto grau de preconceito e desrespeito aos direitos humanos de 500 mil cidadãos gays que vivem no Estado”; (C) 5 vezes dizem respeito aos homens homossexuais, como em “O gay mais bonito e inteligente do Brasil, em 2009, é do Mato Grosso” e “Minc respondeu que por trás de todo homem homofóbico há um gay enrustido. Concordo plenamente”; (D) uma vez como mulheres homossexuais, em “Os homens heterossexuais deixaram mulheres héteras e gays de queixo caído”.
O conceito aparece ainda outras vezes sob as siglas LGBT (19), ABGLT (02), AGLT (01) e GLS (01).
Na transcrição da entrevista realizada com Léo Mendes no dia 5 de novembro de 2009 (apêndice I), a palavra gay é mencionada 97 vezes em 73’ de gravação. Dentre essas 97 vezes, (A) 11 fazem diferenciação de subgênero, como em “... as pessoas que estão ali não são só gays, lésbicas, normalmente têm muitos heterossexuais que são simpatizantes...” e “Eu não penso, por exemplo, que eu estou escrevendo pra um gay, ou pra uma lésbica”,
havendo um caso especial que, no contexto de sua fala, apresenta um erro conceitual, diferenciando a comunidade gay de travestis, como se o último não fizesse parte dessa comunidade. Como sabemos a história do bar Stonewall Inn, sabemos que o gays ao qual se refere é realmente a comunidade gay e não os homens homossexuais, em “Ela surgiu logo depois de uma rebelião de um bar chamado Stonewall, em Nova York, logo depois que a polícia agredia violentamente travestis e gays que frequentavam o bar”;
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(B) uma vez nomeia a Associação Goiana de Gays Lésbicas Travestis e Transexual (AGLT) e (C) outra a Associação Brasileira de Gays Lésbicas Bissexuais Travestis e Transexuais (ABGLT); (D) em 3 ocasiões o termo aparece para exemplificar forma de casamento homossexual que seria permitido perante a Igreja, em “... um gay não vai casar com uma lésbica de jeito nenhum, porque poderia, é um casamento homossexual...”, “Um gay casando com uma lésbica é um casamento gay, homossexual, só que aí você estaria deixando a Igreja com as mãos atadas...” e “casamento é uma coisa de homem com mulher, eu ainda respondo para eles, falo assim ”eu sou gay e posso casar com uma lésbica, e aí? Estou resolvendo o problema da Bíblia, mas não estou resolvendo o meu problema de afeto, então eu posso casar com minha mãe e com minha irmã, com quem eu quiser””; (E) 15 ocasiões em que dá exemplos de gays do gênero masculino, como em “... no esporte, no momento em que um técnico de futebol fala que não vai contratar um jogador gay...” e “O gay que mora em Senador Canedo, pra chegar no The Pub vai ter que arrumar um namorado que tem carro”; (F) 66 vezes se referem à homossexualidade, no sentido sem gênero do termo, como em “... porque viam um colega seu que era jornalista gay que tava atuando e achavam também a necessidade de estar junto”, “... através de conversa com os amigos ou mesmo no meu olhar que eu tenho na vivência gay e nos locais que eu vou de frequência ou na conversa com uma ou outra pessoa...” e
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“E a gente sabe que tem boates voltadas pro público gay que não deixam travesti entrar, porque tem um estigma, um preconceito muito grande com essa camada”.
2. 2. 2. Lésbica
Nas quatro edições analisadas da Coluna do Meio, a palavra lésbica aparece três vezes, (A) todas quando se referindo à classe gay.
O conceito aparece ainda outras vezes sob as siglas LGBT (19), ABGLT (02), AGLT (01) e GLS (01).
Na transcrição da entrevista realizada com Léo Mendes no dia 5 de novembro de 2009, temos que o mesmo fala a palavra lésbica 15 vezes em 73’ de gravação. Nessas 15 vezes, (A) 8 são como diferenciação de subgênero, como em "E, a partir dessa entrevista, algumas pessoas que eram gays, outras lésbicas me procuraram para parabenizar...”,
A16%
B53%
C26%
D5%
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A11%
B1%
C1%
D3%
E16%
F68%
Entrevista com Léo Mendes
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“... e que ainda escrevesse matéria colocando travestis ou gays ou lésbicas na condição de ré quando elas eram na verdade vítimas...” e “... as pessoas que estão ali não são só gays, lésbicas, normalmente têm muitos heterossexuais que são simpatizantes...”; (B) uma vez nomeia a Associação Goiana de Gays Lésbicas Travestis e Transexual (AGLT) e (C) outra a Associação Brasileira de Gays Lésbicas Bissexuais Travestis e Transexuais (ABGLT); (D) em 3 ocasiões o termo aparece para exemplificar forma de casamento homossexual que seria permitido perante a Igreja, em “... um gay não vai casar com uma lésbica de jeito nenhum, porque poderia, é um casamento homossexual...”, “Um gay casando com uma lésbica é um casamento gay, homossexual, só que aí você estaria deixando a Igreja com as mãos atadas...” e “... casamento é uma coisa de homem com mulher, eu ainda respondo para eles, falo assim ”eu sou gay e posso casar com uma lésbica, e aí? Estou resolvendo o problema da Bíblia, mas não estou resolvendo o meu problema de afeto, então eu posso casar com minha mãe e com minha irmã, com quem eu quiser””. Por último, (E) em dois momentos para citar bares de freqüência massiva de lésbicas, em “Quando você vai pro Acapulco, que é ali no centro, dá mais lésbicas, mulheres lésbicas...”.
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2. 2. 3. Travesti
Nas quatro edições analisadas da Coluna do Meio, a palavra travesti aparece três vezes, (A) todas quando se referindo à classe gay.
O conceito aparece ainda outras vezes sob as siglas LGBT (19), ABGLT (02) e AGLT (01).
Na transcrição da entrevista realizada com Léo Mendes no dia 5 de novembro de 2009, temos que o mesmo fala a palavra travesti 19 vezes em 73’ de gravação. (A) Em 7 vezes, o termo travesti aparece como diferenciação de subgênero, como em “... aonde ele afirmava na capa dos jornais que, se ele pegasse travestis, gays ou garotas de programa e garotos de programa no centro da cidade depois das dez da noite...”, “... é mais fácil você escrever parada gay do que você escrever parada do orgulho de lésbica, gay, bissexual, travesti e transexual...” e
A100%
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A53%
B7%
C7%
D20%
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“... e que ainda escrevesse matéria colocando travestis ou gays ou lésbicas na condição de ré quando elas eram na verdade vítimas...”,
havendo um caso especial que, no contexto de sua fala, apresenta um erro conceitual, diferenciando a comunidade gay de travestis, como se o último não fizesse parte dessa comunidade. Como sabemos a história do bar Stonewall Inn, sabemos que o gays ao qual se refere é realmente a comunidade gay e não os homens homossexuais, em “Ela surgiu logo depois de uma rebelião de um bar chamado Stonewall, em Nova York, logo depois que a polícia agredia violentamente travestis e gays que frequentavam o bar”; (B) uma vez nomeia a Associação Goiana de Gays Lésbicas Travestis e Transexual (AGLT) e (C) outra a Associação Brasileira de Gays Lésbicas Bissexuais Travestis e Transexuais (ABGLT); (D) em 5 ocasiões fala sobre seu contato com travestis da cidade, como em “E depois, conversando com algumas travestis da cidade, elas me falaram como que aconteceu e que esse policial civil...” e “... ele fez uma matéria sobre o assassinato de uma travesti na Avenida Paranaíba com a Araguaia, no Centro...”; (E) em 4 vezes fala sobre a travesti e seus costumes, isolando-a no discurso, como em “Até a drag queen que vem colorida, ela sai da boate e vem pra avenida do jeito que ela é. Como a travesti também” e “A travesti, se você pegar ela de noite no meio da rua, ela tá daquele jeito que ela tá na parada. Ela não tá diferente”; (F) uma vez cita bares com presença de travesti que se prostituem, em “... o Cantoria é um bar de pessoas de classe mais baixa onde as travesti, os profissionais do sexo, os garotos de programa frequentam, porque é no centro da cidade também”.
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2. 2. 4. Transexual
Nas quatro edições analisadas da Coluna do Meio, a palavra transexual aparece 5 vezes, (A) 3 quando se referindo à classe gay e (B) 2 às políticas direcionadas aos transexuais, em “... o Uruguai segue sendo o país pioneiro no que diz respeito aos direitos LGBT, porque, além de permitir a união civil gay em todo o seu território, também autoriza a mudança no nome para transexuais a partir dos 14 anos” e “A Câmara de Deputados do Uruguai aprovou projeto de lei que permite a mudança de nome e sexo aos transexuais”.
O conceito aparece ainda outras vezes sob as siglas LGBT (19), ABGLT (02) e AGLT (01).
Na transcrição da entrevista realizada com Léo Mendes no dia 5 de novembro de 2009, temos que o mesmo fala a palavra transexual 4 vezes em 73’ de gravação. (A) Uma vez nomeia a Associação Goiana de Gays Lésbicas Travestis e Transexual (AGLT) e
A100%
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A37%
B5%
C5%
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(B) outra a Associação Brasileira de Gays Lésbicas Bissexuais Travestis e Transexuais (ABGLT); (C) 2 vezes como diferenciação de subgêneros, em “... é mais fácil você escrever parada gay do que você escrever parada do orgulho de lésbica, gay, bissexual, travesti e transexual” e “... eu estou querendo dizer que não é só gay, lésbica e simpatizante que pode frequentar uma boate, que travesti também pode, que transexual também pode, que bissexual também pode”.
2. 2. 5. Bissexual
Nas quatro edições analisadas da Coluna do Meio, a palavra bissexual aparece três vezes, (A) todas quando se referindo à classe gay.
O conceito aparece ainda outras vezes sob as siglas LGBT (19), ABGLT (02) e AGLT (01).
A60%
40%
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A25%
B25%
C50%
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Na transcrição da entrevista realizada com Léo Mendes no dia 5 de novembro de 2009, temos que o mesmo fala a palavra bissexual 5 vezes em 73’ de gravação. Das 5 vezes, (A) 4 são referentes à diferenciação de subgênero, como em “... e se você lê as notas eu sempre abro elas colocando a palavra gay, lésbica, bissexual, travesti, para a pessoa, se ela estiver na internet e colocar busca a palavra gay ela vai cair dentro da Coluna...” e “... é mais fácil você escrever parada gay do que você escrever parada do orgulho de lésbica, gay, bissexual, travesti e transexual”; (B) uma vez nomeia a Associação Brasileira de Gays Lésbicas Bissexuais Travestis e Transexuais (ABGLT).
2. 2. 6. Heterossexual
Durante a entrevista, Léo Mendes, falou as seguintes palavras quando na intenção de citar heterossexuais e heterossexuais próximos/íntimos: heterossexual/
A100%
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A80%
B20%
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heterossexualidade/hétero (16), simpatizante (3), mães (1), irmão/irmã (2), pai (1), familiares/família (3) e amigo (2). Nas 4 edições da coluna consta: heterossexuais (4).
Gay Lésbica Travesti Transexual Bissexual Diferenciação de subgêneros 11 8 7 2 4 ABGLT
1
1
1
1
1 AGLT 1 1 1 1 0 Homem homossexual
15
0
0
0
0 Casos de travestis 0 0 5 0 0 Bar com lésbicas
0
2
0
0
0 Bar com travestis 0 0 1 0 0 Falando de travestis
0
0
4
0
0 Homossexualidade 66 0 0 0 0 Casamento gay-lésbica
3
3
0
0
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4. Conclusão
A imprensa brasileira foi uma das grandes aliadas para a difusão das ideias anti-homofobia ao longo dos anos. Mídias alternativas puderam lutar contra o preconceito e conquistar, aos poucos, novos adeptos. Nos três anos de Coluna do Meio, percebe-se avanços significativos na mentalidade do leitor goiano – o que não significa que estejam no ponto ideal de tolerância e respeito. Entretanto, é inegável que a coluna foi uma das grandes responsáveis por difundir identidades e fazer ver a comunidade LGBT em todo o país – seja como coletividade, seja em casos isolados.
Os fenômenos obviamente acompanham tendências que não são locais. Uma prova disso é a adesão em massa às Paradas do Orgulho LGBT em todo o país. O Brasil, nação miscigenada, da qual se espera, ao menos, uma aceitação bairrista às diferenças, tem revelado boa vontade em reconhecer os direitos desse segmento. Exceto em casos específicos, em que valores religiosos parecem submeter todos os possíveis valores, a tendência é, de fato, pelo respeito à diversidade.
O discurso da Coluna do Meio, aqui tomado como o discurso de Léo Mendes, pode ser considerado ideológico e de classe, já que o próprio colunista, ativista reconhecido na sociedade goiana, coloca-se como representante de um movimento, o que,
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por sua vez, respalda o conteúdo publicado. O tom noticioso, quando adotado, quase sempre propaga o discurso oficial do movimento, seja no âmbito nacional ou local. Nesses casos, os públicos gays são privilegiados.
Vale ressaltar que o conteúdo propagado pela Coluna do Meio promove a ressignificação do conceito de politicamente correto, já que toma a homossexualidade, tema ainda marginalizado, como recorrente. Percebe-se que a linguagem não é empregada pelo colunista como forma de resistência, já que o colunista busca adequar o tom da coluna a públicos menos familiares com a vivência LGBT. Diferente do jornal Lampião da Esquina, em que o termo bicha era usado exaustivamente para esvaziar seus significados pejorativos e levar a uma nova significação, a Coluna do Meio opta por uma linguagem sem gírias, chavões excessos, tornando-se acessível a diversos grupos. A politização está, pois, mais no conteúdo do que na forma.
Dessa maneira, entende-se que a coluna também é direcionada a públicos heterossexuais. De fato, ao mesmo tempo em que procura atrair o público que demanda sua coluna, isto é, as camadas LGBTs, Léo Mendes também retoma, quase com didatismo, dados e argumentos já conhecidos pela comunidade gay, mas talvez não assimilados pelos demais. Aliás, o discurso opinativo, seja com doses de ironia, fúria ou discussões teóricas, demonstra ser aquele direcionado a toda a sociedade.
A Coluna do Meio, então, cumpre com seu objetivo de representar uma comunidade denominada de gay, desde a intenção de seu jornalista até seu conteúdo. Consegue com que haja visibilidade e, como aponta Léo Mendes, que seja uma cultura em processo de sair do gueto, escondido, e tornando-se foco. A coluna não se dá ao mérito de aprofundar assuntos ou criar discussões, por vezes o faz, porém não é via de regra. Alguns pontos de denúncia não se fundamentam, perdendo seu papel e tornando-se obsoletos dentro do contexto no qual estão inseridos: uma sociedade, até que se prove o contrário, homofóbica. Como visto anteriormente, em pesquisa realizada pelo IBOPE, cerca de 80 por cento da população brasileira, há 16 anos, ficariam tristes se tivessem um filho homossexual e outras porcentagens discriminariam gays. É fato que são quase duas décadas de lutas pelos direitos LGBTs.
Uma coluna voltada também aos jovens heterossexuais que se comovem com a causa. Jovens com amigos gays que se tornarão o mundo adulto em poucas décadas e que terão uma
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mentalidade diferente. Uma coluna por vezes voltada à visibilidade do mundo gay quase que para falar dessa comunidade à sociedade que a cerca, tentando dizer que existe e resiste. A Coluna do Meio representa a coletividade gay ideologicamente, dirigindo-se, principalmente, a quem está de fora dessa realidade. É inegável esse discurso de causa, cheio de pessoalidades, subjetividades, interpretações e política, mas ainda assim verdadeira em sua meta. Léo Mendes rompe barreiras culturais e, por mais superficiais e de péssima qualidade que possam parecer, as informações contidas na coluna tomam força para escancarar desde festas e pontos de encontro gays a políticas afirmativas e lutas sindicais.
A discussão apresentada nesse artigo se fundamenta no direito de igualdade que se estende a todos os cidadãos deste país e que é corrompido por aspectos culturais e comportamentais da sociedade. São iniciativas como a Coluna do Meio que despertam o interesse para esse tipo de discussão, que provocam e causam interesse. Todo gay tem seu mérito nesse movimento em prol da classe e aqueles que se expressam em grandes veículos de comunicação atingem mais profundamente. É uma pequena nota no jornal que desperta a curiosidade de qualquer pessoa para se juntar na Parada do Orgulho LGBT ou à manifestação pelo direito de o gay se beijar em público. A Coluna do Meio compreende em si a coletividade gay goianiense.
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