quarta-feira, janeiro 06, 2010

LEGISLAÇÃO


Victor Mukasa por muito tempo militou no seio das associações LGBTs ugandenses Sexual minorities Uganda (Smug) e da Freedom and Roam Uganda. Atualmente instalado na África do Sul – onde ele trabalha desde 2007 com a Comissão internacional dos direitos humanos de gays e lésbicas (IGLHRC), este ativista trans female to male de 35 anos se bate uma nova vez para proteger os LGBTs de seu país. Seu objetivo: obter a supressão do projeto de lei do deputado David Bahati, que promete um futuro mais sombrio ainda aos homos – já passíveis de prisão perpétua. Victor Mukasa não está só em seu combate: nos quatro cantos do mundo, manifestações eclodem para que o texto seja enterrado. Em 4 de janeiro, foi a vez dos militantes LGBTs de Paris de bater no pavimento (ler nosso artigo).

TÊTU: O que você pensa da manifestação parisiense de sustento aos LGBTs ugandenses, segunda-feira?
Victor Mukasa: Esta manifestação chegou em boa hora. Ela junta-se àquelas organizadas em 2009 na África do Sul, nos Estados-Unidos, no Reino-Unido e no Canadá. É revigorante ver que, mesmo depois das comemorações de Natal, o espírito da liberação nos habita sempre. O projeto de lei ugandense deve ser suprimido. E por isso, a pressão internacional permanece essencial.

O governo indicou que a pena de morte seria limada do projeto de lei…
Mesmo que o governo vise suprimir a pena de morte e a prisão perpétua, o projeto de lei punirá sempre nossos próximos, nossos amigos, os professores, os médicos e os padres que não denunciarem às autoridades de segurança nossa orientação sexual. O Uganda se encontrará ao avesso das convenções internacionais. As organizações dos direitos do Homem serão fechadas e seus responsáveis punidos por ter protegido os direitos elementares dos homossexuais. Eu não poderei retornar a meu país por que eu defendo os direitos humanos dos LGBTs no estrangeiro... O projeto de lei é horrível e deveria ser completamente suprimido.

Você acaba de voltar de Uganda. Em qual estado de espírito estão os LGBTs que você encontrou?
A atmosfera está muito tensa por causa do projeto de lei. Mesmo durante as festas de Natal, nós fizemos a festa com medo no ventre. As pessoas não são mais as mesmas. O medo reina como mestre. Se o projeto de lei passa, a grande maioria dos LGBTs voltará ao armári

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