terça-feira, agosto 11, 2009

Saúde - Não é possível transformar Gays em Heteros


A Associação Americana de Psicologia (APA), concluiu que há pouca evidência de que tentar fazer com que pessoas mudem sua opção sexual de gays para heterossexuais funcione.

Inclusive, foi demonstrado no estudo que estes esforços podem causar mal. De acordo com Judith M. Glassgold, que coordenou o encontro anual feito em Toronto, Canadá, acredita que ao contrário das reivindicações para mudança de orientação sexual sejam defendidas e praticadas, há uma evidência insuficiente para apoiar o uso de intervenções psicológicas na mudança de orientação sexual.

“No máximo, certos estudos sugerem que alguns indivíduos aprendam como ignorar ou não reagir em suas atrações homossexuais. Ainda, esses estudos não indicam para quem isso foi possível, e se os efeitos mentais duraram quanto tempo ou se foi em longo prazo. Também, esse resultado foi muito improvável para pessoas que apenas começaram a sentir-se atraídas por outras pessoas do mesmo sexo”, explica.

Em resposta, o grupo Council of Representatives aprovou uma resolução solicitando aos profissionais de saúde mental a não recomendarem aos clientes que façam mudança de orientação sexual com terapia ou qualquer outro método.

O grupo Task Force on Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation estendeu a conclusão depois de revisar os 87 estudos feitos entre 1960 e 2007 e encontrou “problemas metodológicos sérios” na grande maioria. Esses poucos estudos feitos em evidência de “alta qualidade” mostraram que uma mudança duradoura da orientação sexual em um indivíduo é incomum.

Também foi citado que forçar a mudança com tratamento pode causar danos, incluindo perda da vontade sexual, suicídio, depressão e ansiedade. Muitos que tentaram a mudança e falharam descreveram suas experiências como uma causa emocional e espiritual de agonia e uma auto imagem negativa.

A força-tarefa notou que algumas pessoas tentaram mudar suas orientações sexuais por causa de conflitos com suas religiões, credos, e recomendados pelos profissionais da saúde mental que os ajudavam a “explorar outra conduta possível de vida que reduziria o estigma associado com a homossexualidade, respeitando os religiosos, e considerando a possibilidade de uma vida significativa, recompesadora, religiosa e espiritual”. A Associação Americana de Psicologia deixou de considerar a homossexualidade uma doença em 1975.

Para Judith, é recomendável que os psicólogos sejam completamente honestos sobre a probabilidade da mudança da orientação sexual, e ajudem seus pacientes a explorar suas pretensões e objetivos a respeito da religião e sexualidade.

Alan Chambers, o presidente da Exodus International, uma rede de mais de 250 clérigos, discorda. E ele mesmo se ofereceu como prova que a tentativa pode funcionar. “O fato é que tem dezenas de homens e mulheres como eu que já foram identificados como gay. Para mim e para essas pessoas, a verdade é que a mudança é possível”, explica

A história de Chambers começou há 18 anos e foi quando ele frequentava um grupo de apoio da organização que agora coordena. Ele conta que está casado com uma mulher a aproximadamente 12 anos, e escreveu um livro chamado “Leaving Homosexuality” (Deixando a Homossexualidade, em tradução livre), que será publicado no próximo mês. “Você não pode refutar sua história pessoal. Não estamos falando de uma interruptor de luz que você liga e desliga, estamos falando de problemas complexos e profundos, que levam anos para resolver”, esclarece.

Apesar de toda essa tendência de organizações de saúde mental, foi concluído anos atrás que a homossexualidade não é uma desordem mental. A Associação Americana de Psicologia formou uma força-tarefa para criar o relatório dois anos atrás, depois de observar um ressurgimento de grupos que identificam a homossexualidade como uma deficiência espiritual ou moral. [CNN]

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