sexta-feira, junho 19, 2009

HOMOFOBIA - Gay negro assassinado em SP


O delegado Germano de Souza, do 3º Distrito Policial de São Paulo, assumiu nesta quinta-feira, 18 de junho, o caso do assassinato do chef de cozinha Marcelo Campos Barros, de 35 anos, que foi espancado após a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

Souza esclareceu ao G Online que muitas informações já foram colhidas com familiares, amigos e policiais que socorreram a vítima e que, em breve, o caso será encaminhado para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) para uma investigação mais profunda.

"Ainda não chegamos a suspeitos e não sabemos se o crime foi motivado por racismo ou homofobia", já que Marcelo era homossexual e negro. Souza conta que estão circulando na internet algumas imagens que podem ser da vítima sofrendo a agressão, mas isso ainda será investigado com calma. Assim como o agredido do vídeo, Marcelo usava camiseta branca e calça jeans.

Ao contrário do que se imaginava, o local do crime, a Rua Araújo, no centro de São Paulo, estava movimentada e segundo o delegado, muitas pessoas presenciaram a cena. "Mas muitos correram para chamar os policiais e quando eles chegaram, os agressores já tinham ido embora. Portanto, ainda não identificamos essas testemunhas" .

A vítima portava alguns bem, mas ainda segundo o delegado Souza, só o celular foi levado. "Esse também pode ajudar nas investigações pelo o rastreamento de chamadas".

Outras informações não podem ser divulgadas para não atrapalhar o andamento das investigações, mas Souza acredita que os dados já colhidos e mais os que ainda podem aparecer poderão esclarecer o caso.

Amigos dizem que celular da vítima foi vendido

A morte de Marcelo Campos Barros abalou pela crueldade do ataque homofóbico. Negro, homossexual, magro e indefeso, foi um prato cheio para os agressores. Ainda sem dados precisos, o que sabemos a partir de fatos contados pelos amigos é que ele não estava na Parada, mas foi em direção ao burburinho pós-parada, as 22h30, na República, para se encontrar com um amigo.

"Marcelo saiu com duas amigas às 19h30 para uma festa infantil no Jabaquara. Na volta, desceu na estação Clínicas para fugir da confusão da Parada e desceu a Consolação de ônibus. O ponto ficava na Rua Araújo, onde foi realizado o ataque", disse a amiga Ana Cláudia ao G Online.

Ana ainda contou que ligou na segunda, às 10h da manhã para Marcelo e um homem atendeu fazendo uma piada do tipo: "Você está querendo falar com seu amiguinho?". Achando se tratar apenas de um assalto, ligou para a casa do amigo, quando foi informada de que Marcelo estava na fila de espera da UTI da Santa Casa. "Quando ligamos de novo para o número do Marcelo, atendeu outra voz de homem. Ele disse que havia comprado o chip daquele número por R$ 5 de três homens, fortes e carecas", completou Ana.

Os amigos estão organizando uma manifestação no bar Ponto X, na esquina das ruas Fradique Coutinho e Aspicuelta, na Vila Madalena. Provavelmente sábado, os manifestantes ainda estão para confirmar o horário para não entrar em conflito com o ato oficial da Associação da Parada de São Paulo, marcado para as 19h, na Rua Vieira de Carvalho, próximo ao Largo do Arouche.

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