terça-feira, julho 15, 2008
Saúde - Silicone mata jovem em Ipameri
fonte: www.opopular.com.br
Obs do Blogueiro: O Artigo correto é o definido "A " para tratar a travesti que tem identidade feminina e não "O" como usado pelo Jornal.
Léo Mendes
Silicone mata jovem em Ipameri
O travesti Sidney Pereira Guedes, de 25 anos, fez a aplicação em Caldas Novas, passou mal e morreu com infecção generalizada
Renata Tavares
de Catalão
O travesti Sidney Pereira Guedes, de 25 anos, morreu sexta-feira na clínica Santa Maria, de Ipameri. Segundo o companheiro dele, também travesti, Reginaldo Silva Santana, de 22, Sidney se sentiu mal após fazer uma aplicação de silicone líquido na região do tórax. Reginaldo disse que ambos já havia feito uma aplicação anteriormente, mas, dessa vez, no dia 6 de julho, Sidny desmaiou, mas o procedimento prosseguiu.
Segundo o médico que atendeu o rapaz, Aguinaldo Antônio Filho, Sidney deu entrada no Pronto Socorro Municipal na quinta-feira à noite e foi encaminhado para a Clínica Santa Maria de Ipameri. Sidney chegou ao hospital com febre, tosse, falta de ar e dor no tórax. Um exame de raio X constatou pneumonia nos dois pulmões. “Na sexta-feira ele sofreu uma parada cardíaca e morreu com insuficiência respiratória”, disse o médico Aguinaldo Antônio.
A tia de Sidney, Luciene Luiza Borges pediu à Polícia Civil um novo laudo sobre a morte. A polícia solicitou ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Catalão a necrópcia do corpo. “Não acreditamos que ele estava com pneumonia porque trabalhava normalmente”, disse Luciene.
O laudo extra-oficial revelou que a morte do rapaz pode ter sido causada por infecção generalizada, por causa de uma substância semelhante ao silicone. “Esse material foi encaminhado para Goiânia e será avaliado”, disse o delegado Vítor Margon.
Reginaldo acredita que o silicone injetado seja para uso em painel de carros.
O travesti contou que a primeira aplicação foi feita há menos de três meses e que tanto ele quanto Sidney estavam insatisfeitos com o resultado, por isso resolveram realizar pela segunda vez. Reginaldo disse que os dois procedimentos realizados por Sidney custaram cerca de 700 reais. “A primeira ‘ela’ cobrou 400 reais já na segunda foram cerca de 300 reais”, disse, se referindo a outro travesti, identificado apenas como Kátia, que teria aplicado o silicone.
Segundo a Polícia Civil, as aplicações foram feitas na casa do funcionário público Flávio Rogério de Oliveira, que teria sido intermediário. Flávio Rogério, que negou envolvimento no caso, confirmou somente que o procedimento era feito na casa dele.
Flávio foi indiciado e vai responder em liberdade por homicídio culposo. Sidney era como lavrador na cidade de Ipameri. O corpo dele foi encaminhado sábado para Mato Grosso, onde vive sua família.
Especialista alerta para riscos do procedimento
Maria José Silva
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica condena a aplicação de silicone líquido devido às sérias complicações causadas pela utilização do produto. A informação é dada pelo cirurgião plástico Carlos Alberto Calixo, ex-presidente e atual assessor da Comissão de Ascensão para Membros Titulares da entidade.
Carlos Calixto acentua que o uso do silicone líquido pode ocasionar necroses, trombose e embolia. Quando as complicações ocorrem, acrescenta, é impossível a retirada do produto porque ele migra por todo o organismo por meio da camada gordurosa. Os casos de trombose e embolia, que podem causar a morte, acontecem quando o silicone é aplicado inadvertidamente na corrente sangüinea.
Carlos Calixto destaca a importância de as pessoas procurarem profissionais especializados para a aplicação de silicone. “Apenas cirurgiões plásticos e dermatologistas são habilitados para o procedimento.”
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