quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Violência - Nota da APOGLBT sobre agressão e roubo


NOTA DA ASSOCIAÇÃO DA PARADA DO ORGULHO GLBT DE SÃO PAULO FRENTE À
VIOLÊNCIA SOFRIDA EM 11/02/2008

A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT-SP) vem
manifestar-se em relação ao episódio de violência sofrido, em 11 de
fevereiro de 2008, pela entidade e por seu presidente Alexandre Santos (Xande).

Ontem, uma segunda-feira, por volta de 12h30, o presidente da entidade
encontrava-se trabalhando na sede da APOGLBT, na região da Praça da
República, quando foi surpreendido por um indivíduo de voz masculina,
encostando um objeto em seu pescoço, que Xande presumiu ser uma arma de
fogo, pois estava de costas ao ser abordado.

O indivíduo anunciou o
assalto, pedindo a chave do cofre, o que revela conhecimento anterior da
sede, e referindo-se a Xande como "sapatão do caralho", embora seja um
transexual masculino.

Logo depois, o bandido amordaçou e vendou Xande,
desferindo-lhe um golpe na cabeça, que o fez perder os sentidos. Quando
Xande acordou, por volta de 14h30, encontrava-se amarrado a uma cadeira,
vendado, amordaçado e com um saco cobrindo sua cabeça.

Foi socorrido por
outra pessoa da Diretoria da entidade e por funcionários de outras ONGs que
dividem o andar com a APOGLBT-SP. Solto, Xande chamou a polícia, o SAMU
(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e outras voluntárias da entidade.
Quando a polícia chegou, verificou-se que o conteúdo do cofre havia sido
roubado.

Tratava-se de um valor em torno de R$ 4.000,00, relativo a projeto
de prevenção desenvolvido pela instituição. Xande, acompanhado por
voluntárias da entidade, foi imediatamente levado à Santa Casa pelo SAMU,
onde realizou exames que atestaram que não havia sofrido danos à sua saúde
que justificassem internação, sendo liberado por volta de 20h00.


O caso foi registrado na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de
Intolerância), onde foi feito um Boletim de Ocorrência no mesmo dia. Ainda
no mesmo dia, peritos da polícia compareceram à entidade, realizando a
perícia no local. Segundo orientações dos profissionais da Decradi, a
investigação deve seguir pelo 3º. DP, localizado no Centro de São Paulo,
abrangendo a região da sede da APOGLBT-SP.

Agradecemos o apoio da Polícia Militar de São Paulo, dos profissionais da
Decradi e do 3º. DP e do SAMU, que prestaram imediato atendimento à
APOGLBT-SP e a seu presidente. Agradecemos também o apoio dos companheiros
do Fórum Paulista GLBTT de São Paulo, da ABGLT (Associação Brasileira de
Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais) e de todas as outras ONG,
entidades e ativistas que manifestaram solidariedade frente ao ocorrido e
se disponibilizaram a nos auxiliar.

Lamentamos a violência sofrida pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de
São Paulo, demonstrando a vulnerabilidade a que ativistas que lutam pelos
direitos de GLBTT estão expostos, bem como a própria comunidade.

A
APOGLBT-SP espera que o resultado das investigações esclareça o caso,
apontando os responsáveis pelo lastimável ato de violência sofrido pela
entidade e seu presidente. Informamos ainda que os procedimentos
necessários para que a investigação transcorra têm sido tomados desde
então. Certos de que a polícia envidará esforços no sentido de esclarecer o
ocorrido, ficamos na expectativa de uma apuração ágil dos fatos.


Alexandre Santos (Xande)
APOGLBT SP

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