segunda-feira, dezembro 14, 2009

LITERATURA


O inédito relato lírico de uma experiência

homossexual de Gide na idade madura




O pombo-torcaz

Preâmbulo de Catherine Gide

Prefácio de Jean-Claude Perrier

Posfácio de David Walker



Tradução de Mauro Pinheiro

96 páginas

Formato: 14 x 21 cm

ISBN: 978-85-7448- 162-3

Preço: R$ 28,00

Lançamento comercial: 07/12/2009









A obra



Em 28 de julho de 1907, André Gide, que se hospedava na propriedade de seu amigo Eugène Rouart em Bagnols-de-Grenade , próximo a Toulouse, encontra um jovem, Ferdinand, filho de um empregado da herdade. Com este, que ele apelidará carinhosamente de “pombo-torcaz” — ramier, em francês — em razão de uma espécie de “arrulho” que ele emitia ao fazer amor, o futuro Prêmio Nobel, à época quase quadragenário, viverá uma noite de êxtase que o fará sentir-se “dez anos mais jovem”.

Arrebatado pelo acontecimento, Gide se lança no relato lírico e minucioso desse episódio, ao qual terão acesso apenas alguns amigos muito próximos, entre os quais Jacques Copeau. Gide volta várias vezes a Bagnols, e se preocupa com o destino de Ferdinand, que morreria em 1910. Seu Pombo-torcaz, no entanto, não seria jamais publicado.

Quase um século após haver sido escrito, encontrado recentemente por Catherine Gide em meio aos arquivos de seu pai, apresentamos este Pombo-torcaz, mundialmente inédito e cuja publicação Catherine finalmente autorizou, consagrando a “emoção da descoberta erótica, a alegria da cumplicidade, a vitória do desejo e do prazer partilhados”, como ela escreve no preâmbulo.

No prefácio e no posfácio, Jean-Claude Perrier e David Walker debruçam-se sobre esta insólita peça narrativa e enriquecem a edição com excertos inéditos da correspondência André Gide–Eugène Rouart.





O autor



André Paul Guillaume Gide nasce em Paris, em 22 de novembro de 1869, filho de Paul Gide e Juliette Rondeaux. A figura da mãe exerce forte influência em sua juventude. Estuda piano enquanto segue uma entrecortada trajetória escolar, à qual se adapta com dificuldade. Aos vinte e um anos publica anonimamente o primeiro livro, Les Cahiers d’André Walter, œuvre posthume (1891). Dos mais influentes escritores de sua geração, permanece sempre entre a glória literária e a polêmica gerada por seu posicionamento a favor de uma liberdade moral e sexual absoluta. Livros como O imoralista (1902), Se o grão não morre (1921) e Corydon (1924) o alçam à linha de frente do combate à discriminação contra a homossexualidade. Sua audácia literária se observa também quando em face de questões como a justiça (Souvenirs de la cour d’assises, 1914) e o colonialismo (Voyage au Congo, 1927, e Le retour du Tchad,1928). Vetado pela Igreja, protagoniza atritos de cunho político, inicialmente aderindo ao movimento comunista e depois criticando o regime soviético. Recebe o Prêmio Nobel de Literatura em 1947; falece em Paris em 17 de fevereiro de 1951, em sua residência na rua Vaneau.











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