sábado, setembro 19, 2009

FUTEBOL - HOMOFOBIA

Preconceito. Após dizer que não trabalha com gays, treinador Hélio dos Anjos pede desculpa

Entidades rechaçam declaração
Fabiano Chaves
Mais uma vez, a homofobia virou pauta no ambiente esportivo, após as declarações do treinador do Goiás, Hélio dos Anjos.

Na última quarta-feira, após o jogo da sua equipe contra o Atlético, na capital goiana, o técnico fez declarações preconceituosas ao ser questionado sobre se no grupo do time alguns atletas estariam com ciúmes do atacante Fernandão, que recentemente chegou ao clube.

"Homem com ciúmes é viadagem, é frescuragem. Não trabalho com homossexual, trabalho com homem", disse Hélio dos Anjos, durante a coletiva de imprensa.

O caso gerou polêmica e indignação no segmento LGBT. Para o presidente da Associação Goiana de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGLT), Leo Mendes, o treinador da equipe goiana foi infeliz em suas declarações. "Ficamos ofendidos e indignados com suas palavras. Ontem (quinta-feira) entramos em contato com a assessoria do Goiás para cobrar um posicionamento dele e do clube", afirma Mendes.

Ainda na quinta-feira, em nota divulgada, o treinador pediu desculpas à comunidade LGBT, destacando que, naquele momento, estava de cabeça quente e afirmou que trabalharia normalmente com atletas homossexuais.

Diante do pedido de desculpas, Leo Mendes afirma que a AGLT não vai entrar na Justiça Desportiva contra o treinador, mas que a questão da homofobia no futebol não está superada, muito por conta de dirigentes e treinadores.

"A fala do Hélio dos Anjos reflete um sentimento comum de técnicos, cartolas e empresários. No futebol, muitos atletas não assumem a homossexualidade por temerem represálias e, consequentemente, perderem oportunidades em grandes clubes e na carreira", coloca Mendes.

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‘Falta lei para punir esses atos’
Carlos Magno, presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos/MG), se diz indignado. “É mais uma atitude infeliz e que acontece por falta de lei que puna esse tipo de ato”, afirma.

Vale lembrar que, em 2007, o jogador do São Paulo, Richarlysson, foi vítima de uma polêmica homofóbica por parte de um dirigente do Palmeiras.

“Parecem esquecer que há torcedores gays, que gastam em produtos e jogos do time e que ficam ofendidos com isso”, diz Magno. (FC)
Publicado em: 19/09/2009

Um comentário:

Cezario Aschar disse...

Vão usar sempre a desculpa esfarrapada e sem nenhum sentido de que estavam com a "cabeça quente".
Eles não são loucos de bater duramente com a cabeça na parede.