sábado, agosto 01, 2009

RELIGIÃO - iGREJA REALIZARÁ CASAMENTOS DE lgbt NA iNGLATERRA


Os Quakers de Inglaterra anunciaram hoje que vão realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo e apelaram ao Governo para que reconheça essas uniões como legalmente válidas.

O grupo religioso protestante, também conhecido como Sociedade Religiosa dos Amigos, afirmou na sua reunião anual, em York no norte da Inglaterra, que irá pedir ao Governo inglês uma mudança na legislação para permitir os casamentos entre o mesmo sexo, à semelhança das uniões heterossexuais.

Os Quakers aceitaram “tratar as relações do mesmo sexo da mesma forma que os compromissos heterossexuais, para reforçar a nossa crença de que o casamento é a obra de Deus e que nós somos suas testemunhas”, declararam num comunicado. No entanto, pediram ao grupo que não vá contra a lei britânica e afirmaram que “o reconhecimento legal pelo Estado é uma questão secundária”.

Activistas dos direitos dos homossexuais aplaudiram a decisão, sobre uma questão que já causou divisões profundas em outras religiões.

Desde 2005 que casais do mesmo sexo podem unir-se no registo civil para legalizar a relação, mas as uniões entre homossexuais não são consideradas casamentos.

O grupo religioso, formado no século XVII, reconhece desde os anos 1960 os compromissos homossexuais e tem o direito de realizar casamentos em Inglaterra e Gales desde 1753. Os membros homossexuais dos Quakers podem pedir a bênção religiosa após a cerimónia civil desde 2005.

Michael Hutchinson, um membro do grupo religioso, afirmou que “existem casais homossexuais que se consideram casados e acreditam que são testemunhas de uma graça divina tanto quando casais heterossexuais”.

Os Quakers são pacifistas e activistas de direitos humanos. Existem 25 mil no Reino Unido e cerca de 300 mil em todo o mundo. A decisão do grupo afecta apenas os fiéis que vivem no país.

A comunidade anglicana, que reúne 80 milhões de fiéis, já debateu a questão das uniões homossexuais, bastante controversa, e está a chegar a uma decisão. A Igreja Episcopal, a principal no Anglicanismo, já anunciou este mês que permite aos sacerdotes abençoar as uniões entre homens e entre mulheres.

No entanto, o clero mais conservador afirma que a Bíblia proíbe tais bênçãos bem como o ordenamento de bispos gay.

Peter Tachell, fundador de um grupo activista de direitos dos homossexuais, afirmou que a decisão dos Quakers “expõe a homofobia de outras religiões” e acrescentou que “é uma decisão corajosa”.

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